quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Revista Pais e Filhos On Line

Trocando experiência
Depressão infantil


PARECE ABSURDO QUE UMA CRIANÇA POSSA SOFRER COM A DOENÇA, MAS AS TAXAS DE DEPRESSÃO INFANTOJUVENIL VÊM CRESCENDO NO MUNDO TODO




Vão ter fases em que seu filho vai se sentir meio tristonho mesmo. Sentimentos de frustração fazem parte do desenvolvimento infantil e são típicos na infância. Nem sempre é fácil para um adulto entender. Alguns pais acham que o filho está exagerando. Você pode até achar isso mas, ainda assim, seu apoio, sensibilidade e compreensão será fundamental para que o pequeno ultrapasse esta fase e siga em frente em seu desenvolvimento psicológico, social e afetivo.

No entanto, há casos em que essa tristeza comum na infância atinge um patamar mais avançado. Passam-se semanas e, mesmo recebendo carinho e colo dos pais e adultos, a criança ainda apresenta sinais de tristeza atípica, exagerada ou desproporcional. Pode ser que seu filho esteja com depressão. Parece absurdo que uma criança também possa sofrer com essa doença, mas não é. A taxa de depressão infantojuvenil vem crescendo em todo o mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Na faixa etária entre seis e 16 anos, por exemplo, ela passou de 4,5% para 8% na última década. Violência urbana, excesso de atividades na agenda diária e falta de espaço e tempo para o lazer são fatores que pioram o quadro.

Apenas um profissional pode diagnosticar casos de depressão, ainda mais em criança. Mas se seu filho anda triste demais, fique alerta. Na dúvida, converse com um psicólogo. Para te ajudar, listamos 10 sinais de depressão infantil e 10 maneiras de os adultos ajudarem as crianças a saírem dessa.



10 sinais de depressão infantil

1- Humor alterado: a criança anda irritada e briga mais do que o de costume
2- Seu filho anda quietinho, brinca menos do que antes e não se interessa mais pelos amigos, brinquedos e atividades.
3- Não prestar atenção nas aulas e queda no rendimento escolar
4- Dificuldades pra dormir ou ter sono o dia todo
5- Pessimismo e conduta de auto-depreciação: acha que tudo o que faz está ruim ou errado.
6- Reclama mais de cansaço ou fica sem energia
7- Queixa-se sempre de dor de barriga, na cabeça ou nas pernas
8- Chora pra ir pra escola ou, uma vez estando lá, pede pra ir embora com frequencia.
9- Emagrece ou engorda demais
10- Voltou a fazer xixi na cama ou coco nas calças



10 maneiras de ajudar seu filho a lidar com a situação

1- Redobre a atenção em momentos de mudanças, separações, mortes ou chegada de um irmãozinho. Fique o mais próximo que puder de seu filho: brinque, converse, ouça-o.
2- Ajude seu filho a se sentir protegido. Se ele está com medo diante de uma mudança ou situações estressantes, deixe claro que você compreende seus sentimentos e que vai ajudá-lo a superar.
3- Pais deprimidos são menos disponíveis e menos atentos às necessidades dos filhos. Cuide de sua saúde mental para estar mais preparado pra cuidar da saúde da criança também.
4- Não deixe sua casa virar um quartel general. Os limites e a educação precisam ser parte de uma relação. Ensine seu filho a se expressar, a negociar, a cumprir com suas promessas e a arcar com as conseqüências.
5- Traga humor e leveza para a sua casa. As relações muito sérias, rabugentas e negativas também deprimem. Saiba rir de seus erros e comemore seus acertos. Lembre que crianças imitam os adultos.
6- Estabeleça uma relação com a professora do seu filho, leia sempre as observações dela e acompanhe de perto como ele se relaciona com os colegas da escola. A criança passa muitas horas do dia na escola e se algo não vai bem ali, com certeza vai refletir no seu humor.
7- Cuidado com expectativas muito altas e pressões demais. Saiba o que esperar de cada fase do desenvolvimento infantil. Se você cobra de seu filho algo que ele ainda não pode lhe dar, isso vai fazê-lo se sentir impotente.
8- Criança precisa de tempo livre: pra brincar ou pra não fazer nada. Entupir a agenda de seu filho com atividades demais vai deixá-lo estressado.
9- Elogie sempre que possível. Os pais precisam mostrar que prestam atenção na criança e reconhecer seu valor, seus acertos e qualidades.
10- Leve seu filho a sério: jamais desvalorize ou ridicularize a forma com que ele encara os problemas, por mais exagerados ou desproporcionais que possa parecer para os adultos.



CONSULTORIA: SHEILA SKITNEVSKY-FINGER, PSICÓLOGA, PSICANALISTA, COM DOUTORADO EM PSICOLOGIA PELA MASSACHUSETTS SCHOOL OF PROFESSIONAL PSYCHOLOGY, EM BOSTON, USA. PESQUISADORA DA USP – CENTRO DE ESTUDOS EM PSICANÁLISE E INTOLERÂNCIA E SÓCIA FUNDADORA DO INSTITUTO MÃE PESSOA. * TANIA NOVINSKY HABERKORN, PSICÓLOGA, PSICOTERAPEUTA, COM MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA PELA UNIVERSIDADE ANTIOCH DE LOS ANGELES, CA. SÓCIA FUNDADORA DO INSTITUTO MÃE PESSOA. www.maepessoa.com.br
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