segunda-feira, 24 de maio de 2010

Você acha que está preparada para ser mãe?

TESTE

Tente responder com sinceridade se concorda ou não com cada uma das reflexões abaixo, e se reconhece nelas, ou não, alguma importância para a experiência de ser mãe. Para cada alternativa, marque SIM, NÃO ou TALVEZ.

24/05/2010

Eu comigo:

a) Sei me posicionar diante do que preciso e desejo, mas também sei ser flexível diante das dificuldades e impossibilidades.
b) Estou preparada emocionalmente para me colocar em segundo plano e mudar minhas prioridades. Entendo que tudo poderá ser transformado a partir da experiência de ser mãe.
c) Meus projetos pessoais e profissionais talvez precisem ser repensados. Quando o bebê chegar vou precisar tratar, de forma diferente, questões como tempo, dinheiro, planejamentos e assim por diante.

Eu e o bebê:

a) Estou preparada para ser um modelo de pessoa para meu filho.
b) Já entendi que a relação com meu bebê me modificará de maneiras que ainda nem consigo imaginar, mas sei que fará me rever e me reinventar enquanto mulher e ser humano.
c) Ser uma boa mãe não é ser perfeita nem o tempo todo presente. Quero saber dosar o tempo (com qualidade) que vou destinar ao meu filho, aos meus relacionamentos e a mim mesma.

Eu com meu companheiro:

a) Nossa relação conjugal é firme o suficiente para sobreviver ao inevitável bombardeio causado pela chegada dos filhos.
b) Estamos cientes de que as privações de sono e o cansaço físico minarão nossa harmonia sexual e conjugal (pelo menos temporariamente).
c) Sabemos que o casamento não necessariamente determina as mudanças em relação à forma como vivemos nossas vidas, mas que a chegada dos filhos causa a necessidade de nos responsabilizarmos de verdade.

Eu com os outros:

a) Tem alguém, na minha rede de relacionamentos, que está disposto a me aceitar, a não me julgar, a me ajudar, e é flexível entre o apoio que me oferece e o que de mim recebe.
b) Tem alguém (parceiro ou pessoa próxima) que está pronto para tentar me compreender e me ajudar a aceitar as mudanças físicas, biológicas, hormonais e psicológicas.
c) Todas as relações humanas são ditadas por contratos sociais, ora verbais ora não verbais. Em qualquer relacionamento mais intenso, há que se reconhecer e priorizar o que precisamos, analisar se estamos pedindo para a pessoa certa, e comunicar o que esperamos, com abertura para ouvir o outro e ser flexível. Geralmente consigo me comunicar bem sobre o que e como espero ser ajudada.

Eu e o mundo:

a) Meu trabalho e minhas prioridades profissionais talvez sofram modificações, pelo menos temporariamente, e aceito que o meu foco mude, enquanto for necessário.
b) Se preciso for, em prol da minha relação com meu filho, posso examinar outras oportunidades e possibilidades de projetos – pessoais ou profissionais.
c) Estar no mundo tem tanto a ver com minha carreira, quanto com outras atividades que vão além do cuidado do bebê.

Como calcular:

Marque 2 pontos para cada SIM, 0 ponto para cada NÃO e 1ponto para cada TALVEZ. Depois, some os pontos e confira o resultado. Mas, lembre-se: este teste é apenas um indicativo de que algumas coisas precisam ser levadas em conta. Por isso, é importante refletir melhor sobre as questões marcadas com oNÃO e o TALVEZ.

Resultados:

Sim (22 a 30 pontos)

Tudo indica que você está bastante consciente sobre o que a chegada de um bebê pode acarretar na sua experiência pessoal, na sua relação conjugal e com os outros, e está aberta para as acomodações que provavelmente serão necessárias. Mesmo assim, saiba que tudo pode ainda vir a ser diferente do que você imagina. O importante é lembrar que você não precisa fazer tudo sozinha. Informe-se e lembre-se de compartilhar as delícias e os desafios com pessoas que possam te apoiar.

Talvez (10 a 21 pontos)

Parece que você já tem alguma ideia das possíveis dificuldades desse processo de virar mãe. Mas há ainda algumas questões importantes que talvez não tenha considerado. Olhe com mais atenção para as reflexões nas quais você marcou “não”, e tente visualizar melhor o que está faltando para que haja espaço e estrutura para a chegada de um bebê.

Não (0 a 9 pontos)

Calma, vamos lembrar que nada disso quer dizer que você não está preparada, ou que não nasceu para isso. É bem possível que você nunca tenha levado em conta aspectos mais reais e, talvez, dolorosos da experiência de ser mãe. Mas ainda dá tempo de se preparar com mais objetividade. Converse com outras mães, leia livros, revistas e, se preciso, procure profissionais especializados, como psicólogos, doulas, pediatras ou obstetras.


* TESTE ELABORADO PELAS PSICÓLOGAS SHEILA SKITNEVSKY-FINGER E TANIA NOVINSKY HABERKORN, SÓCIAS-FUNDADORAS DO INSTITUTO MÃE PESSOA, EM SÃO PAULO.
http://www.revistabianchini.com.br


Maternidade e carreira na balança

O sonho de ser mãe perdeu seu lugar de honra no topo das prioridades femininas e acabou tornando-se uma opção, viável para algumas e nem tanto para outras. Mas essa liberdade de escolha despertou novos sentimentos às mulheres, como o medo de tomar decisões erradas e a insegurança quanto à capacidade de desempenhar com sucesso múltiplos papéis.

15/05/2010

Dizem que apenas conhecemos o amor verdadeiro quando nos tornamos mães ou pais. E que não há emoção maior comparada àquela sentida quando uma mãe segura, pela primeira vez, seu filho recém-nascido nos braços.
Este ideal de felicidade plena reinou na vida das mulheres durante séculos, geração após geração. Mas um fenômeno recente tem chacoalhado o mundo, transformando famílias e, inevitavelmente, envelhecendo a população. O que antes era uma decisão praticamente obrigatória, hoje passou a ser uma opção: a maternidade.
Adiar a maternidade, reduzir o número de filhos ou até mesmo optar em não tê-los é uma tendência mundial, estimulada por uma nova geração de mulheres com outras prioridades, como o sucesso profissional, por exemplo. Recentemente, um levantamento realizado pelo IBGE comprovou esse fenômeno. Segundo a pesquisa, em pouco mais de 40 anos, a taxa de fecundidade brasileira despencou de 6,2 filhos por mulher, até 1960, para dois filhos, em 2006. Nas regiões Sul e Sudeste, os números eram ainda menores, abaixo da taxa de reposição (responsável por manter a população próxima da estabilidade), com 1,9 e 1,8 filho por mulher, respectivamente.
Outro estudo, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), revelou que a opção por não ter filhos tem crescido entre os casais. Em 2001, entre o total de famílias brasileiras, 62,8% dos casais tinham filhos. Em 2008, esse número caiu para 50,5%. Conforme a pesquisa, a porcentagem de casal sem filhos saltou de 11,7% para 15,7%.
Para acompanhar as aspirações da mulher moderna, novas tecnologias têm permitido que elas engravidem com idade cada vez mais avançada. De acordo com o IBGE, o número de mães brasileiras com mais de 40 anos cresceu 27% entre 1991 e 2000. Nos Estados Unidos, a estimativa é de que duas em cada dez mulheres postergam a experiência da maternidade para depois dos 35 anos. Os motivos dessa decisão são variados, como razões profissionais, questões financeiras, falta de um companheiro estável e a vontade de curtir um pouco mais o casamento sem crianças por perto.
Entretanto, independente do avanço da medicina ou dos planos de carreira, o relógio biológico da mulher é implacável. Segundo o andrologista e ginecologista Lister de Lima Salgueiro, especialista em medicina reprodutiva, as chances de uma mulher engravidar até os 35 anos é de 18% ao mês. O número cai vertiginosamente depois dos 40 anos – 7% ao ano. Além disso, os riscos de gerar um filho com malformações, como a Síndrome de Down, aumentam conforme a idade. Até os 35 anos, as chances são de 1,5%. Depois dos 40, o percentual sobe para 5%.
O caminho mais garantido e seguro para uma gravidez tardia é a reprodução assistida. Um estudo recente da Universidade de Oxford (EUA), que coletou dados de 1.563 clínicas em 53 países, constatou um aumento de 25% no número de bebês nascidos com a ajuda de técnicas de reprodução assistida, em apenas dois anos (2000 a 2002). Ou seja, conforme a pesquisa, a cada ano cerca de 250 mil crianças nascem graças ao “empurrãozinho” da ciência.
Nessa corrida contra o tempo, é comum entre as mulheres o desejo de ter gêmeos. “A maioria das minhas pacientes pedem gêmeos e algumas até trigêmeos”, conta Lister. Segundo ele, o sonho de dar à luz a mais de uma criança ao mesmo tempo significa para essas mulheres a garantia de uma família completa, já que dificilmente irão engravidar novamente.
A vantagem em ser uma mãe madura, segundo as psicólogas Sheila Skitnevsky-Finger e Tânia Novinsky Haberkorn, sócias-fundadoras do Instituto Mãe Pessoa, em São Paulo, – que oferece cursos e treinamentos com o objetivo de ajudar pais e mães a administrar melhor suas várias funções em casa e no trabalho –, é a bagagem de vida que só ela tem para dar conta de uma experiência tão intensa e complexa como a maternidade.

Reprodução Humana Assistida
Quando a cegonha não vem naturalmente, a tecnologia pode transformar o sonho de muitos casais em realidade. Conheça aqui as principais técnicas de reprodução assistida:
Inseminação artificial: indicada principalmente a casais com problemas de ovulação ou baixa quantidade de espermatozoide, a técnica consiste na preparação dos espermatozoides em laboratório para injetá-los dentro do útero, no período da ovulação. Durante os primeiros meses da gravidez, a mulher recebe doses de progesterona para aumentar a chance de o embrião se manter fixo no útero materno.
Fertilização in vitro (FIV): após a estimulação da ovulação, os óvulos da mulher são coletados por aspiração, com auxílio de ultrassonografia e uso de anestesia local e sedação. Os espermatozoides são recolhidos para fazer a fertilização do óvulo em laboratório. Depois, o embrião é transferido para o útero. Esse método, conhecido como técnica de proveta, é recomendado a mulheres com problemas nas trompas, como sequelas de infecções ou endometriose, e para aquelas que foram submetidas à ligadura.
Indução de ovulação: direcionada a mulheres com ovulação desregulada ou até mesmo ausência dela, a técnica serve para estimular a liberação dos óvulos através de hormônios injetáveis ou via oral. E para saber o resultado da estimulação é feito monitoramente por ultrassonografia.
Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI): parecida com a fertilização in vitro, a técnica é indicada para homens com baixa quantidade ou ausência de espermatozoides no esperma. O procedimento auxilia o processo de fertilização através da injeção direta do espermatozoide para dentro do óvulo. Para extrair as células reprodutoras masculinas existem três métodos: Pesa (do inglês “percutaneous epydidimal sperm aspiration”), que as aspira do epidídimo (estrutura anexa ao testículo) com uma agulha fina e anestesia local. Tesa (“testicular sperm aspiration”), as células são aspiradas dos testículos. Tese (“testicular sperm extraction”), é extraído um pequeno pedaço do testículo para procurar espermatozoides no tecido.

O dilema de ser mãe

Se por um lado, a conquista pela liberdade de escolha ampliou nossos horizontes, dando-nos a chance de viver de acordo com nossos princípios e sonhos, por outro, nos trouxe também um medo quase insuportável de tomar decisões erradas, entre elas, de ter ou não filhos. Segundo as psicólogas Sheila Skitnevsky-Finger e Tânia Novinsky Haberkorn, fazer escolhas implica em saber lidar com as perdas e os ganhos subsequentes. “A maioria das mulheres quer ser mãe, mas muitas têm medo de como isso vai afetar sua vida, sentem-se inseguras sobre sua capacidade de dar conta de tudo, no âmbito pessoal e profissional”, analisam.
Entretanto, já não bastando ter que optar em ser ou não mãe, as mulheres que escolhem o caminho da maternidade enfrentam ainda um outro empate: o momento mais propício para engravidar. Sheila e Tânia são categóricas: “Hora certa não existe, mas talvez exista a ocasião menos errada, pois num determinado momento, um filho pode se transformar numa verdadeira tormenta na vida da mulher, o que acaba causando problemas também para a criança, que precisa de atenção e cuidado”.
Elas defendem que a experiência da maternidade tem sempre aspectos muito inesperados, pois cada bebê é diferente, cada relação entre mãe e filho é única, e a condição e estrutura de cada família são muito específicas. “Mais do que escolher uma hora certa é preciso decidir com quem, como, onde e sob quais condições essa criança será recebida”, afirmam. Se você quer ser mãe, mas está indecisa sobre o melhor momento, Sheila e Tânia pontuam características, baseadas em quatro motes, da hora “menos errada” para ter um filho.

Pessoal: toda mulher tem sentimentos ambivalentes sobre ser ou não mãe, mas o importante é estar aberta a essa intensa experiência e consciente de que cuidar e educar um filho dá bastante trabalho.
Apoio: é preciso ter um relacionamento ou uma comunidade que ofereça suporte. Sendo assim, analise se o seu relacionamento está num momento legal e se os dois compartilham desse desejo. Se o seu companheiro, por qualquer razão, não pode ser o seu suporte, verifique se existe outra pessoa que possa suprir essa falta, participando dos cuidados diretos e indiretos (apoio psicológico, por exemplo) com o bebê e com você mesma. Saber o que, a quem delegar, com quem e como compartilhar esses cuidados, principalmente nos primeiros meses, é fundamental.
Carreira: pergunte-se se já realizou planos e se não vai se sentir muito lesada caso precise dar uma parada ou diminuir as prioridades profissionais para cuidar de um filho.
Finanças: em primeiro lugar, é preciso saber se você tem algum respaldo financeiro para criar uma criança. Tem momentos na vida de uma família que um filho pode ser uma despesa muito grande. Em alguns casos (e quando houver a possibilidade de escolha), esperar um pouco e se organizar melhor financeiramente pode fazer toda a diferença.

Tudo pelos filhos

Escolher a hora “menos errada” para engravidar é o caminho para uma experiência benéfica, mas será que é possível se preparar para a maternidade? Regina Carvalho, 35, mãe de João André, 2 anos e meio, e doula (mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto), acredita que não. “Preparamos o quarto, as roupinhas e só. O que vamos viver durante o parto e o que vem depois é o começo da lição de que não podemos controlar tudo. Não conheço ninguém que não se assuste diante da grande mudança de que é tornar-se mãe”, diz.
Mudanças que também vêm acompanhadas de escolhas, nem sempre fáceis e justas. Depois de ser presenteada com a confirmação da gravidez, logo no primeiro mês de tentativa, Regina já não sabia mais como seria sua vida profissional. Publicitária, profissão que exerceu durante 14 anos, de repente percebeu que o foco estava mudando. “Antes de engravidar, já suspeitava que não ficaria tranquila em não cuidar pessoalmente do meu filho. Durante a gravidez, achava muito pouco o tempo da licença-maternidade. Depois do nascimento, chorava cada vez que pensava que iria voltar à rotina”, conta.
Assim como ela já sabia, a volta foi extremamente difícil. Aos poucos, o ritmo de trabalho foi diminuindo até que a ficha finalmente caiu: ela não estava feliz. “Não fazia mais sentido deixar meu bebê doente e ir a uma reunião para escolher o tecido do novo uniforme dos funcionários, por exemplo. Eu me agoniava”, revela. Mas apesar da pressão, Regina só tomou a decisão de deixar o emprego ao sentir-se definitivamente segura. “Aceitei o que minha natureza pedia e passei a ter uma incrível vontade de mostrar a ele que o mundo é bom. Tive que me desligar de muitos valores e hábitos antigos. Me emociono quando penso em quanta mudança meu filho me trouxe. Meu marido também sofreu todas as transformações comigo. Nosso filho nos fez um só”.
Mãe leoa, como ela mesma se define, passou a se dedicar inteiramente à educação de seu filho. Junto com outros pais criou e agora administra a primeira escola Waldorf de Sorocaba, onde João André estuda durante as poucas horas do dia que passa longe da mãe. “Pela manhã, ele vai à escola, enquanto resolvo questões da escola e atendo alguns poucos clientes que mantive, além de me dedicar a uma paixão que nasceu quando conheci a pedagogia Waldorf, o artesanato”, conta.
Na opinião das psicólogas Sheila e Tânia, talvez o que mais jogue contra a decisão de muitas mulheres em abandonar a carreira em virtude dos filhos sejam as atuais pressões sociais (a mulher é cobrada para ter um outro papel além de ser mãe) e a crença cada vez mais fortalecida de que só a maternidade não basta para a satisfação total da mulher. “Ser mãe em período integral, sem outros interesses, também pode ser extenuante, além do risco de se sentir abandonada quando os filhos crescerem. Essa escolha tem que ser reavaliada sempre”, alertam.
Buscar novas alternativas profissionais ou reavivar antigos interesses podem ser oportunidades que a maternidade proporciona às mulheres que, assim como Regina, decidiram deixar a carreira para ter mais tempo com os filhos, ponderam as psicólogas. “Mulheres conscientes de suas escolhas, apesar das limitações que enfrentam, tendem a se sentirem mais satisfeitas consigo próprias e com a maternidade”, concluem.

É preciso jogo de cintura!

O coração de uma mulher que vive momentos de ascensão profissional compartilhados com a espera do primeiro filho, já no ventre, é uma montanha russa de emoções. É preciso dividir a atenção dos “holofotes” da carreira com a ansiedade de uma imensa e bela transformação que está por vir: a de ser mãe. Medos, inseguranças, alegrias e expectativas bombardeiam a cada minuto o coração materno. Ufa, haja sangue para banhar as artérias!
O medo de não conseguir conciliar a maternidade com o trabalho, e ainda não ter tempo para o marido e para ela mesma é o principal fantasma que atormenta a mulher de hoje. “Ela precisa de uma certa flexibilidade e de jogo de cintura para dar conta das duas coisas sem se descabelar e sem achar que está em falta com ambas. A começar pelas expectativas, pois não tem como estar nos dois lugares ao mesmo tempo”, analisam as psicólogas, Sheila e Tânia.
Saber dividir o tempo, tentando obter dele momentos certos para se dedicar ao difícil balanço entre carreira e maternidade é o que tem feito a sorocabana Renata Arruda, 27, durante os últimos 12 meses, desde sua volta ao trabalho depois de 5 meses de licença-maternidade. “É preciso extrair o melhor de si em cada circunstância. Tenho prazer no que faço e me sinto útil e realizada”, garante Renata, que há 3 anos gerencia projetos de uma empresa de comunicação.
Segundo ela, afastar-se da profissão para se dedicar mais ao filho Davi, hoje com 1 ano e 4 meses, nunca passou por seus pensamentos. “Desde que ele nasceu tentei me preparar psicologicamente para o momento de retornar ao trabalho, analisando possibilidades que não fossem desgastantes para nós. Sempre tive o objetivo de ter sucesso profissional, jamais poderia abrir mão disso. Para mim, filho vem a acrescentar em nossa vida e não o contrário”.
Mas quando chegou o momento de voltar à rotina e deixar Davi sob os cuidados de uma babá, Renata confessa ter se deparado com um sentimento novo: a insegurança. “Nos primeiros dias me sentia muito insegura, mas com o tempo percebi que ele estava bem e feliz. E aí tive certeza de estar fazendo a coisa certa”, conta. Além do apoio da babá e da escola, Renata também conta com a ajuda do marido, dividindo com ele todos os cuidados com o bebê. E ainda não descarta a possibilidade de um segundo filho que, segunda ela, virá num momento mais propício para acrescentar alegrias e descobertas na vida do casal.

O mercado não perdoa

Para as mães que se afastaram do mercado de trabalho durante os primeiros anos de vida dos filhos, retomar a vida profissional muitas vezes é um trampolim quase que instransponível. Numa disputa entre duas profissionais com a mesma competência, quem não tem filhos geralmente sai na frente, afirma a diretora fundadora do Grupo Soma – Consultoria em Recursos Humanos, Sonia Carminhato. “Infelizmente isso ocorre porque muitos empregadores acreditam que uma mãe dispõe de menos tempo para se dedicar à carreira, além da probabilidade de algumas vezes ter que se ausentar do trabalho em função dos filhos”, explica.
Em 2009, uma pesquisa feita pela Catho Online – empresa de recrutamento e seleção – com 16,2 mil brasileiros, além de comprovar a tese de que mães de crianças pequenas (até 4 anos) estão em desvantagem na preferência de contratação, também constatou um aumento no número de discriminação no mercado de trabalho. O estudo revelou que 50,6% dos participantes com cargo de presidente ou diretor de empresas manifestaram algum grau de objeção ante 39,7% observados há 8 anos. Entre os gerentes e supervisores, a parcela de rejeição subiu de 42%, em 2001, para 46,9% em 2009.
Portanto, para as mulheres que sonham com a maternidade, saber escolher o momento mais propício para engravidar e planejar toda uma estrutura de apoio é a única maneira de preservar a carreira, sem correr o risco de ser prejudicada profissionalmente. Segundo Sonia, mulheres que estão passando por um processo de crescimento profissional não devem interromper esse momento para tornarem-se mães. “Essa ruptura pode causar um atraso na carreira, que dificilmente será recuperado com a rapidez desejada”. Sendo assim, o início da carreira ou durante uma fase de estabilidade profissional são as melhores épocas para se ter um filho, aponta Sonia.

Equilíbrio é fundamental

Aprender a equilibrar os papéis de mãe e profissional, sem que um venha a conflitar com o outro, não é uma tarefa fácil, mas também está longe de ser impossível. As psicólogas Sheila Skitnevsky-Finger e Tânia Novinsky Haberkorn ensinam como ser bem-sucedida, tanto no campo materno quanto na esfera profissional:

  • Aproveite a licença-maternidade para curtir bem o seu bebê e preparar a estrutura de apoio (babá ou creche, avó, pai, tia ou qualquer pessoa que esteja disposta a ajudar) para quando você voltar ao trabalho.
  • Prepare seu coração também. Provavelmente você vai sentir falta do seu bebê no começo, mas a tendência é que tudo se assente com o tempo.
  • Se possível, faça uma transição gradual, começando por trabalhar meio período ou visitando a criança durante o dia (se ela estiver na creche do seu trabalho, se você puder continuar amamentando, se puder visitar na hora do almoço etc).
  • Tenha em mente que o equilíbrio não é fixo. Às vezes, você vai estar mais voltada ao trabalho, outras vezes, à criança. O importante é ter essa atenção e flexibilidade para poder fazer essas mudanças quando necessárias.
  • Não se esqueça de você. No meio dessa correria toda é importante arrumar um tempinho para você também, pois se estiver sempre cansada e se sentindo esgotada, sua qualidade de relação com o trabalho e com a família também vai sofrer.

Tecnologias a favor delas

Diferente do tempo de nossas mães e avós, hoje as mulheres precisam ser “ninjas” para dar conta de tudo ao mesmo tempo: trabalho, filhos, casa e marido. Mas graças aos avanços tecnológicos, ser mãe no século XXI tem lá suas vantagens. A principal delas é, sem dúvida, o acesso facilitado à informação. Com apenas alguns cliques é possível encontrar respostas para muitas dúvidas maternas pela internet. “Hoje, temos muitos canais de troca de experiências, livros, grupos on-line, sites, blogs etc. Isso tudo pode ajudar a mulher a olhar as coisas de outros ângulos”, dizem as psicólogas Sheila e Tânia. O celular é outro viés importantíssimo para acalmar o coração de mãe, que precisa se ausentar para cuidar dos compromissos profissionais. Esteja onde estiver é possível ter notícias dos filhos e se fazer acessível em casos de emergência. Creches com câmeras, que além de garantir a segurança do filhote permitem à mãe acompanhar seus primeiros passos via internet, também são outra valiosa ajuda. “Conhecemos uma mãe que não pode estar presente na hora de por as filhas para dormir e usa o skype para ler historinhas a elas e dar boa noite. Claro que não é a mesma coisa que um beijinho real, mas considerando as circunstâncias, ela está sendo bem criativa no uso da tecnologia”, contam.
Outras situações proporcionadas pelo avanço tecnológico vêm ajudando a reduzir a culpa de muitas mulheres em não poder estar o tempo todo presente na vida dos filhos. Um exemplo é a possibilidade de poder assistir depois, pelo DVD, a uma apresentação de balé ou de futebol das crianças, ao lado delas. Para aquelas que têm a flexibilidade de trabalhar em casa, a tecnologia (internet, fax, telefone) também permitiu uma maior participação do cotidiano dos filhos.

Inteligência de mãe

Todo mundo já sabe que a maternidade muda tudo na vida de uma mulher, como por exemplo, a visão do mundo, os valores, o corpo, o uso do tempo, a forma de trabalhar, o conceito de diversão etc. Mas há uma mudança muita mais profunda, constatada por estudos recentes, que é a reorganização do cérebro. A jornalista americana Katherine Ellison, mãe de dois meninos, mostra em seu livro Inteligência de Mãe, Como a Maternidade nos Torna mais Espertas, lançado no Brasil em 2006, pela Editora Planeta, que a mulher ganha várias habilidades com a maternidade.
Durante dois anos, Katherine entrevistou cerca de 30 cientistas e 50 mães, e analisou 100 estudos sobre o assunto. Em seu livro, ela afirma que as mulheres passam por uma revolução cerebral que amplia sua capacidade de aprendizado e de fazer várias tarefas ao mesmo tempo, além de ter mais motivação e habilidade para interpretar o comportamento humano. Um dos estudos a que Katherine teve acesso revela que a grande quantidade do hormônio estrogênio e cortisol no cérebro, no fim da gestação e no parto, tornam a mente mais ágil para cuidar do bebê. Ainda, a liberação de outro hormônio (ocitocina) na amamentação, reduz o estresse e aguça o olfato e a audição. O livro está à venda nas livrarias do Brasil por 29,90 reais.

Por Vanessa Olivier /Fotos: Simone Del Campo

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terça-feira, 4 de maio de 2010

Semana do Dia das Mães

Na semana do Dia das Mães, estaremos na TV e na internet, em programas ao vivo.

Adoraríamos tê-los como audiência!

Assistam:

SHEILA Na TV, às 19h30: no PROGRAMA SHOW+, da Rede TV+:

no canal 14 da NET Digital em São Paulo e canal 10 analógico na Região do ABC, nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá.

Mais informações: www.redetvmais.com.br

TaNIA Na Internet, às 21hs: no Programa Letras Criativas ALL NET, da TV Cinec:

para assistir basta acessar http://www.tvcinec.com.br/

aguardamos os comentários de vocês!!!!

ABRAÇOS,

ShEILA skitnevsky finger & tANIA novinsky haberkorn