terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quando casar sara…

janeiro 27th, 2011

Semana passada fui convidada para conversar com um grupo de mães no período do pós-parto e o tema era volta ao trabalho. Tema cheio de expectativas. Ficou claro desde o inicio que existe todo tipo de mãe: mãe que não quer nem ouvir falar em trabalhar fora (já tem trabalho bastante dentro de casa e está curtindo a pausa), mãe que vai aproveitar essa parada para dar uma boa reformatada na vida profissional e voltar de outro jeito, mãe que vai voltar para o mundo corporativo e tentar conciliar os dois mundos e mãe que vai voltar aos poucos, de uma forma mais orgânica, respeitando as suas necessidades e do bebê. Enfim, o publico era bem eclético, por isso não adiantava falar de um lugar só.

À medida que elas foram falando das questões que as afligiam, fui anotando alguns pontos que me pareciam relevante:

• Flexibilidade: como é importante nesse momento em que a mãe e o bebê ainda estão se conhecendo e se ajustando a nova vida. Não ficar preso a uma maneira de fazer as coisas e sim estar sempre aberta para o inédito dessa relação tão única e tão delicada.

• Ruptura: pilar importante da Mãe Pessoa, a maternidade é também uma morte e um renascimento. Com o bebê nasce uma mãe e com essa mãe nasce um mundo novo: um jeito diferente de ver as coisas, de se relacionar com as pessoas e com o parceiro e novas necessidades e prioridades. É preciso muita calma nessa hora.

• Planejamento: pode fazer uma bela diferença se você se planejar para a chegada de um filho. Não é garantia de nada, mas se você não é pega de surpresa na hora de tomar decisões importantes, com certeza o estresse vai ser menor.

• Cobrança: ah como as mães se cobram hoje em dia! Essa questão foi quase unanime!!! Mesmo que o parceiro esteja dando conta da parte financeira a mulher hoje não se permite essa parada na vida profissional. A pressão interna é muito grande para voltar a ativa o quanto antes.

Sinceramente, a minha vontade era falar para elas não se apressarem e se permitirem viver a maternidade menos divididas entre o mundo lá fora e esse bebezinho que precisa tanto delas. Mas como profissional não falo desse lugar, falo do lugar do respeito à decisão de cada uma e do acolhimento das diferentes realidades. Sei que muitas não podem ou não se permitem essa entrega absoluta a esse momento de fusão total com seu bebê. Até porque não é uma experiência para todas; remete a questões muito primárias de amor, devoção, entrega e dependência. Respeito acima de tudo a biografia pessoal de cada mãe. Mas o que eu vi naquela tarde foi a expressão do amor na sua forma mais pura e singela. Todas sem exceção estavam totalmente enamoradas de seus bebês e o amor materno se revelava sublime naquela tarde quente e chuvosa de Janeiro. Sai com a certeza de que cada uma daquelas mães ia tentar fazer o melhor que puderem nessa transição do pós-parto para a realidade da vida da mulher pós-moderna. Infelizmente, os sofrimentos, as feridas e os traumas vão ser inevitáveis, mas com uma boa dose de amor até casar sara…

Tania Novinsky Haberkorn
postado no www.institutodoamor.com.br




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